14.4.15

Cruzeiro S. Miguel reposto no Lugar da Ribeira

Base recuperada pela Junta de Freguesia data de 1730
Lage recoloca cruzeiro
um século depois de desaparecer 


A Junta de Freguesia da Lage, Vila Verde, recolocou, com o apoio da paróquia e da população, um cruzeiro em granito no antigo lugar de S. Miguel, atual Rua S. Miguel-Ribeira, cerca de um século depois do desaparecimento do primitivo, datado de 1730.
O ato foi assinalado na Sexta-feira Santa, através de uma cerimónia que inclui a bênção do monumento religioso pelo pároco da Lage, o padre Constantino Vilela Peixoto de Sousa, e na qual participaram o executivo da Junta de Freguesia e dezenas de populares.
A autarquia decidiu repor o cruzeiro porque as pessoas mais antigas da freguesia diziam que naquele lugar, junto ao Rio de Fêbros, existia o cruzeiro de S. Miguel que servia para uma procissão que se fez até aos princípios do século XX a partir da capela de S. Francisco Xavier, da Casa da Quinta de Fêbros.
«Com a extinção da missa habitual que se celebrava nessa capela particular, a procissão deixou se fazer e o cruzeiro foi abandonado e acabou por desaparecer», conta o presidente da Junta com base nos relatos de idosos da freguesia que se recordam dos pais falarem do cruzeiro de S. Miguel e da procissão.


A única coisa que restou, prossegue Carlos Pedro Castro, foi a base do cruzeiro com a seguinte inscrição: “P.N. [Pai Nosso] Pelas Almas 1730”.
Durante as obras no caminho que deu origem à Rua S. Miguel, há quase duas décadas, a pedra foi retirada para uma casa particular. Sabendo da sua existência, a Junta de Freguesia tomou a iniciativa de a recuperar e de recolocar o cruzeiro naquele que se julga ser o sítio original.
«O nosso objetivo é recuperar o património e as tradições que existam na freguesia e, assim, perpetuar a memória dos nossos antepassados», refere o autarca.
O pároco da Lage espera, agora, que os fiéis possam continuar a devoção pelas almas, se possível retomando a procissão que existia antigamente.
Depois desta iniciativa, a Junta de Freguesia está empenhada em criar um espaço interpretativo/informativo do Caminho de Santiago, no Lugar do Penedo, entre a Casa do Hospital (antigo ponto de assistência a peregrinos) e o denominado “Caminho dos Portos”.
Estes projetos de recuperação e valorização do património material e imaterial, surgem após a recuperação e transformação da Escola do Penedo numa casa de artes, em Bouçós, com a colaboração da Câmara Municipal de Vila Verde e da D’Arte – Asociação de Artistas de Vila Verde. Este edifício, que data de 1871, foi uma das escolas mais antigas do concelho, como atesta um documento de nomeação régia do primeiro professor desse estabelecimento escolar, passado em 1891.

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